Após ameaças e relatos de agressões em Itapuã, homem em situação de rua é internado de forma involuntária.
- Addison Viana
- há 6 dias
- 2 min de leitura
Pedido partiu da Associação de Moradores e teve aval do Ministério Público. A medida foi tomada para evitar uma nova tragédia, como a que aconteceu em 2018 na Praia da Costa.

Depois de muita polêmica nas redes sociais e medo entre os moradores de Itapuã, em Vila Velha, um homem em situação de rua foi internado de forma involuntária nesta quinta-feira (10). Ele é conhecido por abordar motoristas e pedestres com agressividade, exigindo dinheiro e, em muitos casos, ameaçando quem não colaborava.
O caso vinha se arrastando há meses e gerava tensão constante no bairro. O pedido de internação foi feito pela Associação de Moradores de Itapuã, que acionou o Ministério Público. O processo contou com análise psiquiátrica e relatório da prefeitura, que já vinha acompanhando o homem há algum tempo.
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Segundo o prefeito Arnaldinho Borgo, essa foi a quarta vez que o homem foi internado. Em todas as anteriores, ele foi atendido de forma voluntária, mas sem sucesso no tratamento e sem vínculo familiar. “Por mais que exista o desejo de resolver com rapidez, é preciso seguir o caminho legal. A internação involuntária é prevista em lei e só é usada quando há risco real à pessoa ou à sociedade”, explicou.
A gota d’água, segundo o presidente da associação, Vandenilson Lima, foi o receio de uma tragédia como a que aconteceu em 2018 na Praia da Costa, quando uma motorista morreu ao ser atingida por uma barra de ferro jogada por um homem em situação de rua com transtornos mentais.
Agora, com o aval da Justiça, o homem foi retirado das ruas e levado para tratamento. A expectativa é que ele receba o suporte necessário em uma unidade de saúde mental.
O que é internação involuntária? Entenda como funciona esse tipo de medida
A internação involuntária é quando uma pessoa é internada para tratamento de saúde mental sem o seu consentimento, geralmente por estar colocando a própria vida ou a de outras pessoas em risco.
Esse tipo de internação só pode acontecer legalmente com laudo médico e precisa ser comunicada ao Ministério Público em até 72 horas. Em geral, é aplicada quando há surtos psicóticos, uso abusivo de drogas ou quadros graves de transtorno mental que impedem a pessoa de ter noção da realidade.
Quem pode solicitar?
Familiares diretos
Assistentes sociais
Ministério Público
Associações, em casos excepcionais, como foi o de Itapuã
O objetivo não é punir, mas garantir que a pessoa receba cuidados adequados quando não consegue entender que está doente. Após a internação, a pessoa passa por avaliação médica e social, e o tratamento pode ser feito em hospitais psiquiátricos ou em comunidades terapêuticas, dependendo do caso.
É uma medida extrema, usada apenas quando outras formas de cuidado não deram resultado.
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