Coração Gigante: o menino que usa o cofrinho para ajudar cães e gatos.
- Addison Viana
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Atualizado: há 5 horas
Por Sérgio Oliveira
São José do Calçado (ES) – Na pacata Chácara Barreto, nos arredores do município, longe do barulho e da agitação, vive a família Barreto: Asael, Luziene e Miguel. Ali, o amor fala mais alto que o silêncio do campo. É um refúgio — quase um santuário — onde aqueles que não têm voz encontram acolhimento. Entre árvores e o canto dos pássaros, cada latido e cada miado contam histórias de abandono transformadas em esperança.

Miguel, de 9 anos, doa o dinheiro do cofrinho para ajudar cães e gatos resgatados. O gesto inspira e emociona.
Asael, Luziene e o pequeno Miguel, de 9 anos, escolheram viver um propósito maior do que o simples cotidiano. Não compartilham apenas um lar, mas uma missão de vida: proteger e cuidar de cães e gatos abandonados. Abriram as portas — e o coração — para animais sem rumo, oferecendo abrigo, alimento e, sobretudo, afeto. Os sem voz agora têm um caminho seguro.
Com um coração que se estende aos que não podem falar, eles mostram que a união de esforços, por menores que pareçam, pode transformar vidas e tornar o mundo mais justo para todos os seres vivos.
Miguel, ainda criança, guarda moedas em um pote de vidro. Não para brinquedos, mas para um sonho: ajudar na compra de remédios e castrações que garantam saúde e dignidade a outros animais. Seu cofrinho é pequeno, mas sua generosidade é imensa — uma lição para qualquer adulto.
Luziene recorda que, desde menina, convivia com animais no distrito de Patrimônio do Divino do Espírito Santo (Jacá). Muitos, porém, foram vítimas de envenenamento. “Sofri demais com isso. Hoje, eu, meu esposo Asael e meu filho Miguel fazemos o que podemos. Chegamos até a cuidar de três corujas filhotes até que pudessem voar para a liberdade”, relembra, emocionada.
A dedicação não começou agora. “Desde sempre, antes mesmo de vir morar aqui, a saudosa Abigail Barreto Figueiredo, irmã da minha sogra Reny, já cuidava dos pets que vinham para a Chácara Barreto.”
Na casa dos Barreto, já passaram 17 cães e 11 gatos. Atualmente, são três cães e cinco gatos, além de galinhas, coelhas e hamsters. Nesta semana, uma nova moradora chegou: a cadela Tica, recebida como filha da família.
“Todo animal que aparece aqui encontra cuidado e carinho. Isso me faz feliz. Algo fez com que minha voz ecoasse para fora dos limites da chácara. A protetora de animais Cidinha, a única que ainda não desistiu da causa de acolher os que estão nas ruas da miséria, me adicionou em um grupo de WhatsApp. Assim, com mais força, entrei no engajamento pelos pets”, resume Luziene, com a serenidade de quem fez da dor compaixão.
Mais do que um lar, a Chácara Barreto é prova de que a solidariedade não se mede em tamanho, mas em gestos. Às vezes começa com uma moeda guardada por uma criança. Outras vezes, com o simples ato de abrir o portão para quem precisa. E assim, vidas se renovam.
Quando a compaixão guia nossos passos, o mundo se torna mais leve e justo.
O amor pelos animais começa cedo. Miguel, com um coração gigante, faz a diferença ao doar seu cofrinho para ajudar os pets. Que sua atitude inspire mais e mais pessoas. Parabéns aos pais Asael e Luziene pela incrível criação.
Quem aprende a amar desde cedo aprende também a transformar o mundo com gestos simples.
Educar no amor é garantir um futuro mais justo para todos — inclusive para quem não tem voz.
Em súmula, na simplicidade da Chácara Barreto floresce uma lição que vai além dos muros de um lar: o amor pode ser abrigo, cura e esperança. Asael, Luziene e Miguel transformam cada gesto de cuidado em resistência contra o abandono e em convite à verdadeira humanidade. A história, que começou com a generosidade da saudosa Abigail, hoje ecoa em cada latido e miado acolhido — lembrando-nos de que toda vida importa.
Ali, o coração fala mais alto que o silêncio do campo. E a mensagem que fica é clara: pequenas atitudes, quando guiadas pelo amor, têm força para mudar destinos.
Todas as informações contidas nessa matéria, é de inteira responsabilidade de seu escritor.
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