Escândalo na Serra: vereadores acusados de propina ficam sem chance de acordo.
- Addison Viana
- 20 de ago.
- 2 min de leitura
Nada de moleza para os vereadores da Serra envolvidos em denúncias de corrupção. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) decidiu que não vai propor acordo para aliviar a situação dos quatro parlamentares e dois ex-vereadores acusados de trocar votos por vantagens indevidas. Agora, a Justiça terá que decidir o destino do grupo.
O benefício — chamado de acordo de não persecução penal — permitiria que os acusados confessassem os crimes e recebessem punições mais brandas, como multas ou restrições de direitos. Mas a Promotoria descartou a ideia: nenhum dos investigados admitiu participação no esquema. Pelo contrário, todos negaram as acusações, mesmo depois de reconhecerem suas vozes em áudios que embasaram a denúncia.
Os nomes envolvidos são conhecidos na política serrana: Cleber Serrinha (MDB), Wellington Alemão (REDE), Saulinho da Academia (atual presidente da Câmara - PDT) e Teilton Valim (PDT), além dos ex-vereadores Luiz Carlos Moreira e Aloísio Santana. Todos são acusados de negociar propina em troca de aprovar projetos de interesse de empresários dentro da Câmara Municipal.
A gravação que detonou o caso foi entregue pelo então vereador Anderson Muniz, em 2024. Nela, parlamentares discutem cifras que chegariam a R$ 100 mil e até a cessão de um terreno em Carapebus, como contrapartida para aprovar uma proposta sobre regularização de imóveis. Para o MPES, a conversa mostra que esse tipo de prática era comum na Casa.
Com a recusa do acordo, o caso agora volta para o juiz Gustavo Grillo Ferreira, da 2ª Vara Criminal da Serra. Ele pode decidir se recebe a denúncia e afasta imediatamente os vereadores do cargo, ou se encaminha o processo para instâncias superiores do Ministério Público.
Enquanto isso, o clima segue tenso na política da Serra. A decisão pode sacudir os rumos da Câmara Municipal e marcar um dos maiores escândalos de corrupção já revelados no município.
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